
Vindo habitar conosco, Jesus devia revelar Deus tanto aos homens como aos anjos. Ele era a Palavra de Deus - o pensamento de Deus tornado audível. Em Sua oração pelos discípulos, diz: "Eu lhes fiz conhecer o Teu nome" - misericordioso e piedoso, tardio em iras e grande em beneficência e verdade - "para que o amor com que Me tens amado esteja neles, e Eu neles esteja" João 17:23. Mas não somente a Seus filhos nascidos na Terra era feita essa revelação. Nosso pequenino mundo é o livro de estudo do Universo. O maravilhoso desígnio de graça do Senhor, o mistério do amor que redime, é o tema para que "os anjos desejam bem atentar", e será seu estudo através dos séculos sem-fim. Mas os seres remidos e os não caídos encontrarão na cruz de Cristo sua ciência e seu cântico. Ver-se-á que a glória que resplandece na face de Jesus Cristo é a glória do abnegado amor. À luz do Calvário se patenteará que a lei do amor que renuncia é a lei da vida para a Terra e o Céu; que o amor que "não busca os seus interesses" (I Cor. 13:5) tem sua fonte no coração de Deus; e que no manso e humilde Jesus se manifesta o caráter dAquele que habita na luz inacessível ao homem.
A Terra obscureceu-se devido à má compreensão de Deus. Para que as tristes sombras se pudessem iluminar, para que o mundo pudesse volver ao Criador, era preciso que se derribasse o poder enganador de Satanás. Isso não se podia fazer pela força. O exercício da força é contrário aos princípios do governo de Deus; Ele deseja unicamente o serviço de amor; e o amor não se pode impor; não pode ser conquistado pela força ou pela autoridade. Só o amor desperta o amor. Conhecer a Deus é amá-Lo; Seu caráter deve ser manifestado em contraste com o de Satanás. Essa obra, unicamente um Ser, em todo o Universo, era capaz de realizar. Somente Aquele que conhecia a altura e a profundidade do amor de Deus, podia torná-lo conhecido. Sobre a negra noite do mundo, devia erguer-Se o Sol da Justiça, trazendo salvação "sob as Suas asas". Mal. 4:2.
O plano de nossa redenção não foi um pensamento posterior, formulado depois da queda de Adão. Foi a revelação "do mistério que desde tempos eternos esteve oculto". Rom. 16:25. Foi um desdobramento dos princípios que têm sido, desde os séculos da eternidade, o fundamento do trono de Deus. Desde o princípio, Deus e Cristo sabiam da apostasia de Satanás, e da queda do homem mediante o poder enganador do apóstata. Deus não ordenou a existência do pecado. Previu-a, porém, e tomou providências para enfrentar a terrível emergência. Tão grande era Seu amor pelo mundo, que concertou entregar Seu Filho unigênito "para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna". João 3:16. (O Desejado de Todas as Nações - Cap. Deus Conosco)